sexta-feira, 11 de setembro de 2009

As provas da existência de Deus

São Tomás de Aquino, filósofo cristão mais destacado da Idade Média, retoma as idéias de Aristóteles a respeito da realidade sensorial, no entanto, diferentemente de Aristóteles, Aquino tenta não contrariar a fé. De fato, sua finalidade era organizar um conjunto de argumentos para demonstrar e defender as revelações do cristianismo. Em suma, há a evidência nos seguintes aspectos,por Aquino, para comprovar a existência de Deus através do mundo em que vivemos:

1)O primeiro motor - tudo aquilo que se move é movido por outro ser. Por sua vez, este outro ser, para que se mova, necessita também que seja movido por outro ser. E assim sucessivamente. Se não houvesse um primeiro ser movente, cairíamos num processo indefinido.Logo,conclui Tomás de Aquino, é necessário chegar a um primeiro ser movente
que não seja movido por nenhum outro. Esse ser é Deus.
2) Causa eficiente - todas as coisas existentes no mundo não possuem em si próprias a causa eficiente de suas existências. Devem ser consideradas efeitos de alguma causa. Tomás de Aquino afirma ser impossível remontar indefinidamente à procura das causas eficientes. Logo, é necessário admitir a existência de Deus como primeira causa eficiente, responsável pela sucessão de efeitos.
3) Ser necessário e ser contingente -
Slide 7 este argumento é uma variante do segundo. Afirma que todo ser contingente, do mesmo modo que existe, pode deixar de existir. Ora, se todas as coisas que existem podem deixar de ser, então, alguma vez, nada existiu. Mas, se assim fosse, também agora nada existiria, pois aquilo que não existe somente começa a existir em função de algo que já existia. É preciso admitir, então, que há um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário, que não tenha fora de si a causa eficiente da sua existência, mas, ao contrário, que seja a causa da necessidade de todos os seres contingentes. Esse ser necessário é Deus.
4) Os graus de perfeição -
Slide 7 em relação à qualidade de todas as coisas existentes, pode-se afirmar a existência de graus diversos de perfeição. Assim, afirmamos que tal coisa é melhor que outra, ou mais bela, ou mais poderosa, ou mais verdadeira etc. Ora, se uma coisa possui “mais” ou “menos” determinada qualidade positiva, isso supõe que deve existir um ser com o máximo dessa qualidade, no nível da perfeição. Devemos admitir, então, que existe um ser com o máximo de bondade, de beleza, de poder, de verdade, sendo, portanto, um ser máximo e pleno. Esse ser é Deus.
5) A finalidade do ser -
Slide 8 todas as coisas brutas, que não possuem inteligência própria [seres inanimados, vegetais e irracionais], existem na natureza cumprindo uma função, um objetivo, uma finalidade, semelhante à flecha dirigida pelo arqueiro. Devemos admitir, então, que existe algum ser inteligente que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram seu objetivo. Esse ser é Deus.

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Acho que são bons motivos para se refletir filosoficamente a respeito de Deus.

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Fundamentos da Filosofia - Gilberto Cotrim



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